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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Os Letraks - 4

    Os passos de Edwar eram silenciosos, seus olhos semicerrados fitavam o movimentar de Ilan. Edwar, sentindo a parede a tocar seu braço para e se esconde atrás de uma estátua na lateral do corredor. Ilan olha sobre seu ombro a estátua branca, seus olhos e ouvidos desconfiavam de alguma coisa. Depois de alguns segundos observando o corredor um tanto escuro e amarelado, com a tênue luz das tochas, virasse a frente e dobra o corredor. As mechas louras do garoto não se moviam, ele esta todo comprimido, com ambos os dorsos das mãos viradas para cima em frente ao seu peito curvado. Edwar exalava um sorriso tão maligno que parecia ser um demoniozinho arteiro, até parecia que crescia pontudos chifres vermelhos na cabeça e em sua boca presas. Seus olhos estavam puxados enquanto Ilan se movia, ao desaparecer a presença do rapaz, Edwar, com a ponta dos pés e ainda com ambas as mãos frente ao peito, começa a andar novamente. “Faltou uma música de fundo, uma trilha sonora que se encaixe na cena de um assassinato de um idiota”. – pensou malignamente. “Como sou malvado! Vou matar ele de susto! MUAHAHAHA! – riu maquiavélico em sua mente. Edwar entorna o corredor e vê a sua frente, as costas de Ilan a alguns metros dobrando novamente o corredor. Com o canto de seus olhos, Ilan vira-se de costas rapidamente, seus olhos semicerrados e joelhos um pouco flexionados, depois de alguns segundos ele da um largo passo a girar sobre seus calcanhares. Edwar novamente anda sorrateiro rente à parede, quando chega à dobra do corredor ele cola suas costas na textura fria. Com o canto de seu olho tinha uma visão embaçada do corredor reto. Edwar inclina tanto seu corpo com as pontas dos pés que perde o equilíbrio e cai com o queixo no piso frio em meio ao corredor. – AI! Ilan dá um pulo assustado se virando de frente a Edwar. – AHAA! – sibilou o rapaz a apontar o dedo ao garoto esparramado no chão – Eu sabia que tinha um rato atrás de mim Edwar fungou com tom irritadiço. – O que você quer atrás de mim? – Quero sair daqui – retrucou se levantando e a passar sua mão ao queixo avermelhado – porque mais eu estaria? Tenho medo de você! – limpou alguma sujeira em sua coxa sem olhar à Ilan – Você quase me abusou naquela floresta ainda hoje! – Para de ficar inventando essa história! – retrucou lento e impaciente, com seus olhos fechados uma leve veia salta em sua testa. – Ta bem, está bem. – gesticulou Edwar com desdém – O que você está fazendo? – Achando alguma saída ou porta que me leve ao meu mundo de verdade! – respondeu a girar sobre seus calcanhares. – Também quero sair daqui, posso ir com você? – Tudo bem, seu pirralho. – respondeu sem olhá-lo – mas sem mais histórias e artes. – Prometo! – concordou Edwar a fazer um leve bico irritadiço. Ilan apenas sorriu carinhosamente a olhar a cômica cara que Edwar produziu. – Veja! Uma porta aberta – observou o garoto a apontar sua frente. – Não sou cego – arrumou sua gravata – eu estava indo até lá antes de você começar a contar poeira com sua boca! “Tomara que lá tenha um duende verde que te mande para puta que pariu”. Agora os passos eram mais rápidos, a porta estava com apenas uma fresta negra até o corredor. – Mas o que será que tem aí dentro? – se perguntou Edwar olhando pela fina abertura sentindo seu capuz pesar em sua costa.
– Vou abrir – adiantou Ilan. Um ar frio tocou no corpo deles quando a porta se abriu. – Saco – resmungou Ilan – preciso fumar, isso está me dando nos nervos! – falou para ele mesmo. Ambos se entreolham com as sobrancelhas elevadas. Era escuro e frio. Ilan olha ao seu lado e vê uma tocha, ele pega-a e adentra ao cômodo escuro, com a luz bruxuleante via-se uma mesa de madeira rubra com algumas folhas de papel amarelas sobre ela, nas paredes, prateleiras com alguns livros surrados com páginas irregulares. O professor e seu casaco cinza vão em direção à mobília, em cima da mesma com a chama da tocha, um castiçal de velas é aceso. O lugar fica claro com as luzes amarela, na outra parede, uma bancada com vidros e potes, algumas de vidro, outros de cerâmica e outras de madeira, nelas tinham líquidos com cor de água suja e em outros com uma substância rubra, mais a cima, na parede, prateleiras com potes preenchidos com substâncias coloridas. Uns líquidos de cores azul-cinzento outros com aquela aparência de água suja, mas um vidro pequeno com um coisa roseada parecia se destacar dentre todos. Edwar se aproximam da bancada de vasilhas e potes. – Mas o que é isso? – perguntou curioso Edwar para ele mesmo a observar as cores. Ilan pega uma folha que estava sobre a mesa e começa a ler em voz alta: – “A mudança das partículas celulares dos recipientes dará pelo ato do aquecimento das mesmas, quando adotado uma coloração mais clara estará pronta para o próximo processo de modificação ou de casamento”. Edwar olha para Ilan. – Isso quer dizer que é alquimia! – explica Ilan a ele mesmo – bem, pelo menos aparenta ser. – ele ouve um barulho, os frascos sacolejaram – Mas o que você está fazendo criança? – Perguntou Ilan a ir até Edwar que estava sobre a bancada. – Quero ver esses frascos aqui – gesticulou com as mãos – quero ver o que tem dentro deles, oras. – disse a relaxar seus ombros. – O que você está pretendendo fazer, pirralho? – Ei, seu idiota, não me chame de pirralho. – retrucou com o cenho franzido. Sem olhar à Ilan Edwar pega o frasco com líquido roseado. Era uma cor sem vida, meio acinzentada e o frasco era pequeno e de vidro, seu tamanho era de cindo centímetros e com uma tampa de rolha. – Desça daí. – ordenou Ilan. “Pra que serve essa coisa? Será que é algum produto para limpar, tipo um sabonete líquido?” – se perguntou Edwar em seus pensamentos. Curioso, ele abre o fraco, cheira-o, e arqueou as suas sobrancelhas. “Tem um cheiro bom, mas é esquisito”. Ilan já circulava a procura de coisas mais interessantes, seus olhos eram rápidos atrás das lentes, lia as folhas amareladas e as achavam incríveis. Algumas coisas ele não entendia, outras ele concordava alimentando ainda mais a sua curiosidade. – Acho que aqui é uma sala de um alquimista. – pronunciou Ilan. Ele vê o garoto ainda sobre a bancada tomando o conteúdo do pequeno pote de vidro. – Você está louco! Mal sabe o que é isso. – Mas tem um gosto bom! – respondeu limpando os lábios com a língua. Ilan apenas faz uma cara de desdém. Edwar desce com um pulo até o piso, depois coloca o frasco sobre a bancada. – Bem – fala Ilan com um tom chateado – nada por aqui a não serem essas anotações de alquimia, nada que me ajude a sair deste lugar. – Que NOS ajudem! Ilan olha com seu canto de olho até Edwar. – Agh! – gemeu o garoto a colocar uma de suas mãos na barriga, um som ecoa na sala de sua barriga. – Minha barriga. Ilan suspira a olha-lo com intolerância expressando aquele “eu lhe falei” sem ao menos falar. Edwar sorri desajeitado apertando a sua barriga.
– Ah… eu estou ficando tont… – Moleque tonto! – falou Ilan indo ajudar Edwar já ao chão – Eu te avisei. O professor pega o garoto de cabelos claros nos braços. – Porcaria! – pensou – KASTEMYRAAA! – berrou. – Ugh. Ilan, o que têm com você? – perguntou Edwar com os olhos semicerrados a fitar o professor. – O que têm com VOCÊ! – disse andando pelos corredores iluminados com tochas bruxuleantes. – Se eu fosse seu pai lhe daria uma boa surra. – Você está tão diferente, parece estar mais… Ilan segurava Edwar de maneira firme, seu paletó atritava com a roupa do garoto. Edwar pousa sua cabeça no peito de Ilan. O rapaz sente alguma coisa a lhe tocar em seu abdômen, de maneira desconfortável ele descobre o que era. Ilan engole seco. – “Aquilo era um tipo de Viagra ou um líquido de coisa afrodisíaca?” – se perguntou. – Estou com calor! – disse Edwar com as bochechas enrubescidas, seu corpo estremecia, com seus olhos fechados gemia em alguns passos. – O que estou sentindo? – Pro… provavelmente p… prazer! – respondeu Ilan sentindo no abdômen Edwar a lhe tocar. – “Aquilo era um remédio para os impotentes? Esse garoto está passando mal ou está em puro êxtase? Estou sentindo ele ereto no meu abdômen, Jesus, o que faço? Maldição!”.
– Bom dia – falou Hariel com os olhos ainda fechados. Ele escuta uns suspiros de alguém a chorar, automaticamente ele abre os olhos – Porque você está chorando? Simon enxuga suas lágrimas rapidamente. – Nada. – O que foi, porque isso? – passou sua mão no rosto vermelho de Simon. – Eu estava reunindo forças. – Para que? – Hariel arqueja uma sobrancelha enquanto suas palavras saiam docemente. Alguns segundos silenciosos passam. Hariel arqueja a outra sobrancelha. – Para te contar uma coisa. – respondeu finalmente. Hariel via na face de Simon uma tristeza que afetava até mesmo a sua própria mente e o corpo. Seus olhos estavam vermelhos, pois estava a tempos chorando. Simon acordara antes que Hariel, e ficara olhando para ele a dormir. Por qual motivo todas essas lágrimas e essa febre? – se perguntou o rapaz a passar a mão nos cabelos do garoto. – Pode contar o que aconteceu, meu lindo! – exclamou Hariel com os olhos azuis brilhantes. – Você está me assustando, nunca te vi chorando! – Não é mesmo? – sorriu Simon – eu sempre estou com muita alegria, sempre agitado, animado a fazer as coisas... – pausou em um silêncio que ardia os ossos de Hariel. As lágrimas cessaram de escorrer, mas a dor de tristeza ainda reinava no peito de Simon – ...sempre positivo. Eu não te contei isso, Hariel, porque na minha mente eu penso que seria melhor não te contar, mas eu tive um sonho à noite. Hariel assentiu com a cabeça. – Qual foi o sonho? – perguntou Hariel com um nó na garganta. – Eu estava andando na nossa rua, mas estava chovendo e era frio, estava me molhando e estava sozinho. Estava tudo cinza, estava tudo agonizante, eu estava com medo, minhas mãos estavam mais frias do que eu já senti. – Uma lágrima escorreu da face de Simon, depois respirou fundo para prosseguir – eu queria achar você indo até o seu apartamento, mas eu não conseguia se mover rápido. Eu apenas andava, como se em minhas pernas estivesse pesos. Hariel acariciava gentilmente os cabelos lisos de Simon, que agora tinham reflexos azulados. – Minha visão se enegrecia – continuou – eu via os carros acinzentados estacionados, mas no horizonte da rua, quando começa a descida até o outro bairro, tinha uma silhueta de uma pessoa que andava até mim. Quando a vi, eu meu medo cresceu, pois eu sabia o que era. Eu
queria correr, mas não podia. Minha agonia era tanta que eu berrava enquanto sentia os pingos fortes me chicotearem. – Escorreu mais duas lágrimas, Simon, com o dorso da sua mão, seca-as. – Eu olhei ao chão, tremendo com a exaustão de meus músculos da perna, e o asfalto cinza começa a ganhar manchas vermelhas, tão fortes como o meu sangue, mas eu sabia que era o meu sangue ali, eu o sentia ainda quente no chão. Hariel fitava Simon com olhos a serem domados por futuras lágrimas. – Quando levantei o meu olhar, Hariel, eu vi você em minha frente, mas você estava todo negro, como se estivesse com petróleo em todo o seu corpo e roupa. O solo estava todo vermelho, você todo negro e eu todo cinza, assim como os prédios e os carros. Você toca em meu peito e eu tinha medo ao ver seus olhos todo negro. – Hariel percebe que Simon estava arrepiado e passa suavemente sua mão no braço do garoto – Você me disse que eu tinha que contar “aquilo” para você, antes que eu fosse embora. Onde você tocava, em meu peito, ardia como fogo, eu vi você negro, mas de seus olhos derramavam-se lagrimas tão brilhantes como luz. Hariel engoliu seco, tentando tirar aquela agonia de ter o nó em sua garganta. – Você sussurrava: “Eu fiquei tão triste quando você foi embora, doeu tanto quando te vi sair de perto de mim. Eu apenas te queria para sempre”. – Simon começou a chorar soluçando – Você já se perguntou por que quero tanto alcançar a felicidade? E você sempre me diz para o tempo deixar trazer ela, pois tenho que viver os meus vários anos como deve ser? – Sim, o que tem? – respondeu Hariel a sussurrar com um tom emocionado. – Eu… eu não tenho todos esses vários anos que você tanto fala, Hari! Eu te amo tanto! – Como assim? – escorre uma lágrima dos olhos brilhantes de Hariel. Simon não consegue mais falar, e se entrega aos prantos. Depois de 2 minutos ele se acalma, mas o coração de Hariel começa a bater rápido, parecendo que queria sair pela boca. – Porque você não tem vários anos? – perguntou com uma dor em seu coração. – Esses dias eu fui ao hospital. – Sim, eu me lembro, você estava com tonturas. Simon abaixa o olhar a escorrer mais lágrimas e brinca com seus dedos trêmulos. – Eu… eu tenho uma doença. – suspirou – eu não vou viver muito, Hari. – Ma… mas como assim? – Foi descoberto que a minha família tem uma doença rara que para mim é mais uma maldição! – Simon coloca sua mão ao peito sentindo os seus batimentos cardíacos. Hariel começa a ficar ofegante – Ela faz o coração apodrecer aos poucos e infelizmente eu herdei essa doença igual ao meu avô, mas ela não é transmissível e sim herdada. Os médicos não sabem quanto tempo tenho de vida… – fechou os olhos – tento ficar toda a hora sorrindo pra quando morrer compensar os choros daqueles que me amam... Hariel estava paralisado, seu maxilar tremia levemente, e de seus olhos escorriam as lágrimas mais quentes que ele já sentira. – Por isso eu quero viver intensamente, aproveitar cada segundo junto a você e com nossos amigos. Eu te amo, por isso não queria que você soubesse, não queria ver você sofrer por minha causa. Hariel envolve seus braços no corpo de Simon e o abraça forte, como se fosse um dos últimos. – Eu que te amo, seu bobo. – várias lágrimas escorriam na face de Hariel enquanto sussurrava – Prometo que você sempre será um pedaço de mim, que meu coração sempre será seu, e eu estarei com você mesmo que a luz no fim do túnel se apague, mesmo que o sol não nasça, mesmo que me custe a alma. Porque meu amor é verdadeiro e é ao teu lado que imagino vivendo por todos os dias da minha vida. Vou te fazer feliz, o máximo que eu puder, porque eu te amo verdadeiramente. Simon aperta mais seus braços. Ambos ficam assim por alguns minutos sentindo o calor entre eles. Como se não quisessem que aquele momento acabasse. – Simon, Hariel! – alguém chamou a bater três vezes na porta.


  • Feita por Lucas Monteiro








Palavras do autor:

Olá galera! Mais uma vez aqui para postar um dos capítulos de Os Letraks. Espero que gostem, compartilhem e tudo mais! Agradeço aos leitores por ter um tempinho para ler os capítulos dessa crônica. Boa Leitura!



Arigato! Valeu por estar mais uma vez aqui lendo essas minhas palavras redigidas com carinho, agradeço novamente e nos vemos no próximo capítulo, ou quem sabe, mais algum Trailer Book! =p
Comente o que achou desse capítulo. O que você faria no lugar desses personagens?

Abraço de Urso de ~L.M.~

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