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sábado, 10 de maio de 2014

Coisas a cerca do Amor - 2

Capítulo 2 – Um amor e um horror

O gatilho foi puxado, o projétil correu até seu alvo, mas um terceiro, este inocente, impediu que um jovem concretizasse seu intento.

-Seu idiota! Viu o que você fez?! – seu alvo esbravejou.

Naquele momento, o ódio e a fúria que consumiam o jovem rapaz se dissiparam, deixando, pois apenas um sentimento de desespero e de arrependimento, não havia como fugir, não era, pois um final feliz de um típico romance televisivo ou de um belo livro de fábulas. O jovem largou a pistola sobre o gramado molhado daquele exuberante pomar de macieiras, e correu na direção oposta do seu alvo e do inocente atingido... Isso mesmo... Correu.

Saiu do pomar, pulou um pequeno muro de tijolos e se jogou errante numa fuga sem rumo para o bosque que era vizinho daquele pomar, passando por vastas e velhas árvores, que assistiam quietas e estáticas o desespero daquele jovem amargurado, de lindos cabelos loiros, quase dourados, semelhante e fios de ouro, que eram imperceptíveis, pois estavam molhados.

Correu por vários minutos, senão horas, o tempo não podia ser medido, o corpo atlético do rapaz o ajudou a suportar aquela maratona torturante, até que... Sendo ele um mero humano, de carne e osso, caiu exausto aos pés de um velho e grande carvalho, que se situava ao fim do bosque, diante de um declínio que dava para uma planície, onde se podia ver uma cidadezinha pacata que era próxima dali. O jovem sabia onde estava, era ali, seu refúgio do mundo, onde nas tardes ensolaradas saia para deitar-se aos pés daquela árvore, comer algumas frutas, ler livros e observar aquela imensa planície, e ver de longe a cidade.

O jovem levantou seu dedo indicador direito, elevando-o até sua boca e passando-o delicadamente pelos seus lábios, enquanto seus olhos se cerravam, não era sono, nem mesmo cansaço, sim as lembranças mais inocentes de um coração apaixonado, que sua mente deixava fluir, para seu conforto.

Era uma das tardes ensolaradas de verão, o clima estava fresco, e aquele jovem estava encostado naquela árvore, com uma pequena cesta com morangos, apenas o som da brisa e dos pássaros do bosque, os olhos dele se fecharam, numa profunda paz e solidão, apesar de que a luminosidade do dia ainda era perceptível a ele mesmo com suas pálpebras fechadas.

Ouvira, pois alguns passos, que esmigalhavam a grama, alguém se aproximava, calmamente, e se postava diante do jovem, esse individuo se aproximou, o rapaz sentia seu calor mais próximo. O recém-chegado ajoelhou-se, sentando sobre as ante-pernas do rapaz, e este logo sentiu um lábio quente encostar-se ao seu, dando-lhe um simples, porém terno beijo. O rapaz abriu seus olhos, e viu um jovem de cabelos ruivos e de belos olhos azuis diante de si, e lhe cumprimentou com um sorriso discreto.

-Não sabia que viria me visitar... - disse Masao.

-Bem... eu estava com um tempinho livre, e nesse horário seu tio não esta em casa, então não faz mal. - disse o jovem com um sorriso.

-Mesmo assim, poderia ter me avisado, meu tio não tem horários regulares sempre.

-Ah, vai ficar bravo comigo? - respondeu o jovem encostando sua cabeça no peito de Masao.

-Não, que isso, nunca ficaria bravo com você. - Masao acariciava o cabelo do jovem com carinho.

O jovem levantou a cabeça sorridente, e beijou-o novamente, estavam ali, sozinhos, sem nenhum espectador. Ambos compartilhavam um sentimento puro, de tão inocente, que logo se revelaria impuro aos olhos de um homem que não amava nada, além da própria razão e de toda fortuna que lhe fora concebida de seu incansável desejo por riquezas.

Masao se lembra da primeira vez que viu Joseph, um homem de feições sérias postado na porta da sua pequena residência num subúrbio de Tóquio. Aquele homem se dizia seu tio, mas nunca o virá nem mesmo soubera de sua existência, nem mesmo no enterro de seu pai ele compareceu. Joseph era um homem alto, tinha cabelos negros diferente do seu pai e um bigode característico, tinha olhos castanhos escuros e vestia sempre o mesmo paletó roxo e a calça preta, sempre portando-se como um aristocrata. Seu pai era inglês, sendo o tio obviamente o mesmo, e tinha se casado com sua mãe pouco depois de mudar-se para o Japão, não falava muito sobre sua família na Inglaterra e isso faz Masao considerar que não se davam bem.

Suas suspeitas se concretizaram quando conheceu Joseph, nunca virá um homem tão conservador e carola em toda sua vida, e ele tinha certeza que sua vida não seria nada fácil sobre a tutela do tio, nem para ele e nem para seus irmãos. Logo que assumiu a guarda deles, Joseph tratou de tira-los de sua casa e leva-los para o interior, numa vasta residência, quase um palácio: era um casarão com vários quartos, uma grande biblioteca, dois grandes salões para bailes e festas, tinha um jardim de inverno, um pomar de macieiras além de campos e bosques que o circundavam, existia uma pequena cidade próxima dali, era a única conexão entre Masao e seus irmão com o mundo. Seu confidente dentro das gélidas paredes daquela mansão era o mordomo Albert, que viera com seu tio para o Japão. Albert era atencioso, educado e tinha de paternal tudo que Joseph não tinha.

Ao mudar-se para li, Masao e seus irmãos foram colocados por Joseph em uma escola particular, foram tantas mudanças em tão pouco tempo, e em nenhum momento Joseph demonstrou alguma preocupação com o sentimentos dos sobrinhos. Assim pois, em menos de três meses que seu pai falecerá, Masao teve sua vida totalmente mudada, mas ele teve um consolo... foi na nova escola que conheceu aquele que era o epicentro da sua vida, Hachiro...

-Quem é esse Hachiro? - indagou seu tio postado na entrada do seu quarto.

-Hã? - Masao virou-se para o tio com um olhar surpreso.

-Asako me disse que você anda muito amigo desse garoto, e eu quero saber que tipo de sujeito ele é.

-Ah, sim... - disse Masao meio constrangido, Asako era uma irmã caçula muito dócil, mas bem delatora se levada na lábia. - Hachiro é apenas um colega, nos conversamos muito, eu estava explicando a ele por que me converti ao cristianismo e falei mais da Bíblia para ele.

-É sério? Mas isso é realmente muito bom, Masao, eu fiquei preocupado desse rapaz ser que nem o Aiko, por que eu teria de proibi-lo de ver ele, mas sendo assim, posso até deixar que o traga aqui para estudarem juntos. - disse o tio levemente transparecendo satisfação, mas manteve ainda sim as feições fechadas, logo saiu e fechou a porta.

Masao suspirou aliviado, e ficou até feliz de poder ficar com Hachiro por mais tempo, mesmo que apenas a presença dele, por que seu tio não os deixaria sozinhos sem sua supervisão. Até a história de conversão era mentira, somente para ganhar confiança, senão Joseph faria com ele o mesmo que fazia com seu irmão do meio, Isao...

-Você não tem vergonha na cara, né? - disse uma voz, e a porta do quarto abria-se, era Isao, um menino dois anos mais novo, que tinha cabelos negros e olhos castanhos, iguais aos da mãe. - Isso por que o tio é muito ingênuo para cair no seu papo-furado.

-Bah, pelo menos eu posso sair de casa e ver meus amigos, diferente de você, que está quase permanentemente de castigo. - riu Masao, estando ele deitado sobre a cama, navegando na internet em seu notebook.

-É por que ele não descobriu que o Hachiro e você estudam mais Kama-sutra do que Bíblia. - disse o irmão sorridente.

-E nem pense em contar, por que dai eu conto o que você apronta escondido.

-Muito justo, eu preservo seus segredos, e você os meus. - Isao saiu do quarto.

Masao voltara para seu notebook, mas logo ouviu um berro de desespero, era do seu tio, logo depois, um outro grito, dessa vez, muito compreensível.

-MASAO! DESSA AQUI IMEDIATAMENTE!

Nota do Autor: 
Me perdoe pela demora em ter mandado um novo capítulo, eu tive alguns compromissos e fiquei ocupado esse final de semana, mas não irá repetir-se.

  • Feita por Leitor
Já faz um tempo, arigatoo

Um comentário: